Vídeo mostra últimos momentos de brasileira antes de cair em trilha de vulcão

A italiana Federica Matricardi deu uma entrevista nesse último domingo (22) ao programa “Fantástico”, da TV Globo, e contou como conheceu Juliana Marins, a brasileira que foi encontrada morta poucos dias depois, nesta terça-feira (24), em uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia. As duas tinham acabado de se conhecer, mas acabaram dividindo uma experiência intensa — e agora, trágica.

No vídeo que foi mostrado na matéria, elas aparecem no topo do monte, frustradas com a vista encoberta pela neblina. Tinham acabado de completar uma parte difícil da trilha. “A gente subiu uns 1500 metros. Foi bem pesado, viu? Conheci a Juliana no dia anterior da trilha. Nós duas távamos viajando sozinha”, contou Federica, com um português hesitante, mas que dá pra entender bem.

As imagens mostram um dos últimos momentos de Juliana com vida. Ela aparece sorrindo, apesar do cansaço, e faz piada com a falta de visibilidade no topo da montanha. “Subimos tudo isso pra ver… neblina”, diz, rindo.

O clima muda completamente depois disso. Quatro dias depois de desaparecer, o corpo de Juliana foi encontrado por equipes de resgate. A família confirmou a notícia por meio de uma nota emocionada divulgada no fim da manhã de terça-feira. “Hoje, a equipe de resgate conseguiu chegar até o local onde Juliana Marins estava. Com imensa tristeza, informamos que ela não resistiu. Seguimos muito gratos por todas as orações, mensagens de carinho e apoio que temos recebido”, dizia o comunicado.

Federica contou que Juliana estava logo atrás dela e do guia quando tudo aconteceu. Não se sabe exatamente o que levou à queda, mas acredita-se que ela pode ter escorregado numa parte estreita do caminho — o tipo de coisa que infelizmente não é tão rara em trilhas daquele nível. Segundo a italiana, a trilha não era das mais seguras: “É bem difícil. Tem partes sem sinalização, sem corda. Um passo errado ali pode ser fatal”, comentou.

Três horas e meia depois do desaparecimento, um grupo de turistas passou pelo local e conseguiu localizar Juliana usando um drone. Ela foi vista presa entre pedras, usando apenas uma calça jeans, camiseta, luvas e um par de tênis. Não estava equipada pra passar tantas noites naquelas condições. O frio no alto do Rinjani à noite pode chegar perto de zero grau.

A tragédia levantou debates nas redes sociais sobre segurança em trilhas turísticas, especialmente em países do sudeste asiático, onde a infraestrutura costuma ser mais precária e os guias nem sempre são certificados. Uma das publicações mais compartilhadas no X (antigo Twitter) questionava: “Até quando vamos normalizar esse turismo selvagem sem suporte mínimo de emergência?”

Juliana era natural do Rio de Janeiro, tinha 38 anos, e viajava sozinha pela Ásia há algumas semanas. Em suas redes sociais, ela compartilhava fotos e vídeos dos lugares por onde passava, sempre com uma energia positiva. Seu último post mostrava justamente a subida ao Monte Rinjani.

A comoção nas redes foi grande. Amigos, conhecidos e até desconhecidos publicaram mensagens lamentando a perda. Uma amiga dela escreveu: “Juju era luz. Não consigo acreditar que não vamos mais rir juntas.”

Mesmo com tantos cuidados que ela tomava durante as viagens, Juliana acabou sendo vítima de um acidente trágico. A história dela, infelizmente, se junta a tantas outras que nos lembram como a natureza, embora linda, é também imprevisível — e que qualquer aventura, por mais empolgante que pareça, deve ser feita com atenção redobrada à segurança.

Confira:

@metropolesoficial A #brasileira Juliana Marins, de 26 anos, que durante um mochilão na #Ásia caiu em um penhasco enquanto fazia trilha perto de um #vulcão, na Indonésia, na sexta feira (20/6), aguarda resgate há três dias. Por meio das redes sociais, a família da jovem compartilhou fotos e vídeos da moça durante a trilha, antes do acidente. Nos registros é possível ver a jovem brasileira em um acampamento, junto com outras pessoas, depois da piora do tempo. Uma mulher grava Juliana perto das barracas e, ao mostrar a neblina e dificuldade na visibilidade da trilha, brinca em inglês: “Fizemos a trilha pela vista”. Juliana ri. Na manhã desta segunda-feira (23/6), a família da jovem confirmou que o salvamento foi interrompido por causa das condições climáticas na região. “Faltavam 350 m para chegar na Juliana e eles recuaram mais uma vez. Mais um dia”, escreveu. O resgate teria sido interrompido às 16h no horário local, por volta das 5h em Brasília. De acordo com os familiares, as mudanças climáticas repentinas são normais nesta época do ano, na região. “Eles [governo da Indonésia] têm ciência disso e não agilizam o processo de resgate. Lento, sem planejamento, competência e estrutura. Juliana vai passar mais uma noite sem resgate por negligência.” A família ainda compartilhou que não sabe o estado de saúde da jovem, que está há três dias sem água, comida e agasalhos. O Parque Nacional do Monte Rinjani, onde fica a trilha da qual a brasileira caiu, segue aberto com as atividades ocorrendo normalmente e com a presença de turistas. #TikTokNotícias ♬ som original – Metrópoles Oficial