Sobe para 67 número de pessoas que perderam a vida, sendo 21 crianças, por enchentes no Texas

O número de mortos pelas enchentes no Texas, nos EUA, já bateu 67 — e tudo indica que pode aumentar ainda mais, de acordo com autoridades estaduais neste domingo, 6 de julho.

Essas 67 vítimas foram confirmadas pelo xerife do condado de Kerr, Larry Leitha, em entrevista à Reuters. Bem tenso…

E o vice‑governador do Texas, Dan Patrick, comentou pra Fox News que “ainda há fortes precipitações hoje. Tristemente, prevemos que [o número de mortos] continue aumentando”. Ele não deixou claro se as vítimas recentes incluem as meninas desaparecidas no acampamento nem deu outros detalhes até a última atualização. Isso deixou a população ainda mais apreensiva.

Antes desse balanço, a contagem era de 59 vítimas — 38 adultos e 21 crianças, conforme número divulgado também por Larry Leitha. Ele reforçou que os trabalhos de resgate seguem firmes até que entendam o que aconteceu com todo mundo que ainda está sumido — ecoando o discurso do governador Greg Abbott. São mais de 400 brigadistas, vindos de mais de 20 agências municipais, estaduais e federais. Além disso, tem mais de 100 embarcações envolvidas nas operações, diz o próprio chefe de polícia.

O administrador de Kerrville, Dalton Rice, comentou que “corpos estão sendo recuperados de leste a oeste, em todos os lugares” atingidos pelas cheias. Um baita impacto. E esse salto de 59 para 67 mortos reforça que a situação está longe de melhorar rápido.

As buscas continuam por 11 meninas que estavam num acampamento de verão, além de outros moradores dos condados afetados. Destes 67 mortos, sabe‑se que 43 eram do condado de Kerr e nove em áreas vizinhas. O “New York Times” aponta que há quatro vítimas em Travis County, três em Burnet, uma em Kendall e outra em Tom Green.

O grupo de meninas desaparecidas participava do Camp Mystic, um acampamento cristão à beira do Rio Guadalupe. Uma chuva torrencial na sexta (4) transformou o rio num monstro — levando milhares de litros d’água em poucas horas. Contavam-se cerca de 750 crianças no local na hora exata. A estrada de acesso foi levada pela enxurrada, complicando os resgates.

O Serviço Nacional de Meteorologia (NWS) já havia emitido alerta de mais chuvas para esse domingo, com risco elevado de mais enchentes nas mesmas regiões já castigadas. Segundo Jason Runyen, meteorologista do NWS, “qualquer chuva nesses locais, que já estão inundados, tem grande potencial para agravar a situação”.

O governador Abbott garantiu que os socorristas não vão parar até encontrarem todas as meninas. “Não vamos parar até encontrar cada garota que estava naquelas cabanas.” Um compromisso sério diante da tragédia.

Nas redes sociais, circularam vídeos impressionantes: casas inteiras e árvores sendo arrastadas pela força da água. Enquanto isso, lá em Washington, o então presidente Trump chamou a inundação de “tragédia” e solicitou “todos os recursos disponíveis” para o Texas, segundo pronunciamento da Casa Branca. Ele também disse que assinou uma “Declaração de desastre de grande magnitude” para o estado. A Guarda Costeira dos EUA, em parceria com resgatistas locais, teria já salvado mais de 850 pessoas.

A secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, confirmou que o governo federal reconheceu o pedido de desastre do estado — o que libera apoio financeiro e logístico federais. Um passo importante.

No dia anterior às chuvas, as autoridades estaduais já tinham alertado sobre clima severo. O NWS previu de 70 até 150 mm de chuva a partir de quinta, mas a realidade passou de 250 mm — e em poucas horas. Um ponto de medição do Rio Guadalupe, em Hunt, mostrou alta de 6,7 m em apenas duas horas, falhando de vez ao alcançar 9 metros, conforme informou o meteorologista Bob Fogarty. Mais de 800 pessoas já tiveram que ser evacuadas por conta disso.

Na tarde de sexta, guardas florestais chegaram ao Camp Mystic e começaram a evacuação dos campistas que tinham conseguido subir pra áreas mais altas. A própria Elinor Lester, de 13 anos, contou: “O acampamento fue completamente destruído. Foi muito assustador.” Ela foi resgatada por helicóptero, junto com outras meninas de sua cabana, depois de atravessarem áreas alagadas.

Elinor disse que tudo aconteceu por volta da 1h30 da madrugada de sexta, quando acordou assustada com trovões e chuva forte. Ela estava num setor elevado, chamado Senior Hill. Já as cabanas mais novas — ocupadas pelas meninas mais jovens, a partir de 8 anos — ficavam rente rio e ficaram submersas bem rápido. As crianças dessas cabanas tiveram que subir a colina, sem comida, sem energia, sem água potável. Quando os socorristas chegaram, amarraram cordas pra formar uma ponte improvisada e conseguir tirar as meninas em segurança.

O caso ainda assusta. A mãe de Elinor, Elizabeth Lester, relatou que o filho mais novo estava num outro acampamento perto dali, o Camp La Junta, e conseguiu escapar. Comunidades como a do Camp La Junta e também o Camp Waldemar divulgaram no Instagram que todos os campistas e funcionários estão perfeitamente seguros.