O renomado novelista Benedito Ruy Barbosa, de 94 anos, continua internado na UTI do Hospital do Coração (HCor), em São Paulo. Segundo boletim médico divulgado neste sábado (7), o estado de saúde dele é estável, mas ele ainda permanece na ala de terapia intensiva, sem previsão de alta.
Benedito tá no hospital desde o dia 20 de maio. Quem acompanha o caso são os médicos Gabriel Dalla Costa e Cyrilo Emilio Zuccon Mantovani — nomes difíceis de esquecer depois que a gente lê uma vez só. Foram eles que decidiram manter o dramaturgo na UTI, apesar da melhora apresentada nos últimos dias. É aquela coisa: melhora, mas com cautela.
“O Hcor informa que o paciente Benedito Ruy Barbosa está estável e segue internado na ala da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) destinada a pacientes de menor complexidade e gravidade. Ainda não há previsão de alta”, informa o boletim, que saiu assinado pelos dois médicos mencionados.
Na sexta-feira, ou seja, um dia antes desse novo comunicado, o hospital chegou a dizer que, caso ele mantivesse a boa evolução clínica nas próximas 24 horas, seria transferido para o quarto. Mas pelo visto, resolveram adiar um pouco essa mudança, talvez por segurança ou protocolo, o que não é incomum em pacientes com idade avançada.
A internação se deu por conta de uma piora num quadro de insuficiência renal crônica, algo que o autor já vinha enfrentando há algum tempo. A informação foi confirmada por fontes próximas e também pela CNN. Pra quem conhece ou tem alguém com problema nos rins, sabe que é uma condição delicada e que exige atenção constante. Ainda mais pra quem já tem quase um século de vida nas costas.
Mesmo com todos esses desafios, Benedito, que andava mais recluso nos últimos anos, continua sendo uma figura gigante no universo da teledramaturgia brasileira. É só lembrar de algumas das novelas que ele escreveu: a primeira versão de “Pantanal” (1990), que voltou ao ar recentemente em nova adaptação; “Renascer” (1993), que também tá no ar de novo no horário nobre da Globo; e as icônicas “O Rei do Gado” (1996) e “Terra Nostra” (1999).
Aliás, é curioso pensar como suas histórias atravessam gerações. Muitos brasileiros hoje, que têm entre 30 e 40 anos, cresceram assistindo às novelas dele com os pais ou avós. E agora, talvez assistam de novo com os próprios filhos. É um tipo de ciclo que poucos autores conseguem criar. E não dá pra negar que Benedito tem essa marca.
Ele se aposentou da escrita faz um tempinho. Mas o legado permanece vivo através da filha, Edmara Barbosa, e do neto, Bruno Luperi. Os dois seguiram os passos do patriarca e também escrevem novelas, mantendo viva uma tradição familiar rara no meio televisivo.
O que se espera agora é que ele siga se recuperando bem. Aos 94 anos, qualquer melhora já é uma grande vitória. A torcida dos fãs é grande, e não só por causa das novelas que ele escreveu. É porque ele faz parte da memória afetiva de milhões de pessoas que, em algum momento, se emocionaram com as tramas dele.
Por ora, o que se sabe é que ele tá lá, estável, cercado de cuidados, e com muita gente torcendo por ele.