Menina que sobreviveu a queda de helicóptero, perdeu os pais horas antes de dia importante

Na noite de quinta-feira, 16 de janeiro, uma tragédia aérea marcou o Morro do Tico-Tico, em Caieiras, região da Grande São Paulo. Um helicóptero caiu em uma área de mata fechada, resultando na morte dos empresários André Feldman, de 50 anos, e Juliana Elisa Alves Maria Feldman, de 49 anos. No entanto, um milagre aconteceu: a filha do casal, Bethina Feldman, de apenas 11 anos, sobreviveu ao impacto, assim como o piloto da aeronave, Edenilson de Oliveira Costa.

O acidente ocorreu durante o trajeto entre São Paulo e Americana, no interior do estado, onde a família residia. A aeronave, um modelo EC 130 B4, havia decolado do Campo de Marte por volta das 19h30, mas desapareceu dos radares cerca de uma hora depois, às 20h34. As condições meteorológicas severas no momento do voo são apontadas como uma possível causa do acidente.

Um resgate dramático

Os destroços só foram localizados na madrugada de sexta-feira, após intensas buscas que mobilizaram equipes do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar e da Força Aérea Brasileira (FAB). Bethina foi encontrada ferida, mas consciente, e surpreendeu os socorristas ao indicar a localização dos corpos de seus pais.

O piloto Edenilson também foi resgatado com vida, embora em estado de choque. Ambos foram levados ao Hospital das Clínicas, em São Paulo, onde receberam atendimento médico e permanecem fora de perigo.

Bethina, que completaria 12 anos no dia seguinte ao acidente, se tornou um símbolo de força e resiliência. Enfrentar uma situação tão devastadora em meio a um momento que deveria ser de celebração com a família emocionou não apenas os socorristas, mas também o país inteiro, que acompanha sua recuperação com grande solidariedade.

Impacto na cidade e no país

A família Feldman era muito conhecida em Americana, tanto por sua atuação no setor empresarial quanto pelo envolvimento com a comunidade local. André Feldman era um empresário respeitado, enquanto Juliana, formada em economia, contribuía ativamente para os negócios da família.

A aeronave envolvida no acidente pertencia à C & F Administração de Aeronaves LTDA, empresa controlada pela família. Embora estivesse em situação regular para voos particulares, a aeronave não possuía autorização para táxi aéreo, um detalhe que agora é analisado nas investigações.

O prefeito de Americana, Chico Sardelli, lamentou profundamente a perda e destacou o impacto que o casal deixará na comunidade. Em uma nota pública, afirmou: “Perdemos pessoas exemplares, que sempre contribuíram para o crescimento de nossa cidade. Estamos de luto.”

Investigações e segurança na aviação

As investigações sobre o acidente estão em andamento e são conduzidas por peritos da Força Aérea Brasileira (FAB). Entre os principais pontos analisados estão as condições climáticas adversas no momento do voo e possíveis falhas mecânicas na aeronave.

O acidente reacende discussões sobre a segurança na aviação privada no Brasil. Em 2024, o país registrou um aumento nos incidentes envolvendo aeronaves particulares, especialmente durante voos em condições climáticas desfavoráveis.

Especialistas alertam para a necessidade de maior rigor na fiscalização e no planejamento desses voos, especialmente à noite ou sob condições meteorológicas instáveis.

Força e resiliência de Bethina

Apesar da tragédia, a história de Bethina é um testemunho de resiliência. Em um momento tão delicado, a jovem demonstrou uma maturidade impressionante ao colaborar com os socorristas. Sua sobrevivência e recuperação têm gerado uma onda de apoio, com mensagens de solidariedade vindas de todo o país.

Enquanto o Brasil acompanha o desfecho das investigações e torce pela recuperação completa de Bethina e do piloto, o caso nos faz refletir sobre a fragilidade da vida e a importância de valorizarmos os momentos ao lado de quem amamos.

A história da jovem, que enfrentou o inimaginável, serve como um lembrete de que, mesmo diante das maiores adversidades, a força humana pode surpreender.