A vitória de Donald Trump nas eleições americanas e seu retorno à Casa Branca em 2025 já estão causando muita conversa, principalmente porque ele fez promessas grandes sobre temas bem polêmicos: imigração, economia, guerra na Ucrânia, entre outros. Ele disse, em sua campanha, que vai governar com o lema “promessa feita, promessa cumprida” — mas muita gente tá curiosa pra ver se e como ele vai conseguir cumprir tudo isso.
Parece que ele vai ter um bom suporte no Congresso, já que os republicanos conquistaram a maioria no Senado. Com esse apoio, as chances dele conseguir aprovar suas ideias são altas. Mas em alguns pontos, Trump deu poucos detalhes de como vai colocar em prática esses planos.
Uma das promessas mais chamativas de Trump foi a de realizar deportações em massa de imigrantes indocumentados. Ele quer fazer a maior operação de expulsão de imigrantes da história dos EUA e ainda finalizar a construção do muro na fronteira com o México, que ele começou no seu primeiro mandato. Só que especialistas disseram à BBC que esse plano não seria nada fácil de realizar, porque tem uma série de barreiras legais e logísticas no caminho.
Outro ponto forte da campanha foi a economia. Nas pesquisas, o tema apareceu como uma das principais preocupações dos eleitores. Trump prometeu “acabar com a inflação”, mas, na prática, o poder do presidente sobre os preços é bem limitado. Ele também quer cortar impostos, como fez em 2017, e até isentar de impostos as gorjetas. Além disso, pretende colocar tarifas mais altas, de 10% ou mais, sobre produtos importados, principalmente da China, pra tentar reduzir o déficit comercial. Só que essa medida pode acabar subindo os preços para o consumidor.
Sobre o meio ambiente, Trump mostrou que não é fã de regulamentações climáticas. No seu primeiro governo, ele reverteu várias proteções ambientais e tirou os EUA do Acordo de Paris. Agora, ele promete mais cortes nas regulamentações, principalmente pra ajudar a indústria automobilística americana. Além disso, ele é um crítico dos carros elétricos e quer dar prioridade aos combustíveis fósseis, com planos de perfurar áreas como o Ártico em busca de petróleo. Muitos especialistas não acreditam que isso vá reduzir os custos de energia, mas Trump aposta nessa ideia.
Um dos pontos mais polêmicos foi quando ele disse que poderia acabar com a guerra da Ucrânia “em 24 horas”. Ele não entrou em detalhes de como faria isso, mas sugeriu que tentaria negociar com os dois lados. Essa ideia gerou críticas dos democratas, que acham que ele poderia acabar favorecendo a Rússia com essa postura. Trump também quer diminuir o envolvimento dos EUA em conflitos estrangeiros no geral e, sobre a guerra em Gaza, declarou apoio a Israel, mas pediu que o aliado encerrasse sua operação. Em relação ao Líbano, prometeu acabar com a violência por lá, sem explicar como.
Sobre o aborto, Trump surpreendeu alguns apoiadores mais conservadores ao afirmar que não sancionaria uma proibição nacional. Ele sempre disse que os estados deveriam decidir as próprias leis sobre o tema, embora tenha dificuldade em manter uma posição clara. O assunto virou uma questão central da campanha da vice-presidente Kamala Harris, e vários estados passaram a proteger o direito ao aborto.
Outro tema quente foi o perdão a alguns manifestantes que participaram do ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021. Trump disse que vai “liberar” alguns dos condenados, que ele considera prisioneiros políticos. A invasão resultou em várias mortes, e ele foi acusado de incitar a violência. Mesmo assim, ele continua dizendo que alguns desses apoiadores “foram injustamente presos”.
Por último, ele quer demitir o procurador especial Jack Smith, que lidera duas investigações criminais contra ele. Smith acusou Trump de tentar reverter o resultado da eleição de 2020 e de lidar de forma inadequada com documentos secretos. Trump diz que isso é uma “caça às bruxas” e nega qualquer irregularidade. Essa reviravolta faz dele o primeiro presidente dos EUA a voltar à Casa Branca com uma condenação criminal, depois de ter sido considerado culpado em Nova York por falsificação de registros empresariais.
Enfim, Trump promete uma série de mudanças drásticas, mas só o tempo vai dizer até onde ele consegue levar esses planos.