A aterosclerose, uma condição que pode passar despercebida por anos, é responsável por endurecer e obstruir as artérias, comprometendo a circulação do sangue pelo corpo. Apesar de silenciosa no início, ela pode se manifestar em formas que afetam profundamente a saúde. Quando os sinais surgem nas pernas, é possível notar quedas de pelos, brilho excessivo na pele e, em casos mais avançados, problemas como atrofia muscular e até dificuldades de ereção em homens.
Se não tratada, a doença aumenta o risco de complicações graves, como infarto e AVC. Por isso, é importante entender como ela atua no corpo, identificar sintomas precoces e saber quais medidas podem ser tomadas para evitá-la.
Como a aterosclerose afeta o corpo?
A aterosclerose nas pernas, conhecida como doença arterial periférica, é uma das formas mais comuns de manifestação. Isso ocorre porque as artérias que irrigam os membros inferiores precisam vencer a gravidade e trabalhar mais para levar sangue até essas extremidades. Quando há obstrução, surgem sinais como dor ao caminhar (claudicação intermitente), além de mudanças visíveis na pele e nos pelos.
Nos homens, problemas mais delicados também podem aparecer. Quando artérias importantes como as ilíacas ou femorais são afetadas, a circulação reduzida pode causar dificuldades de ereção. Essa situação indica um bloqueio significativo, muitas vezes superior a 75%.
Outro sintoma comum, porém menos percebido, é o afinamento da pele, que fica brilhante e mais suscetível a lesões. Isso acontece porque o fluxo sanguíneo reduzido prejudica o transporte de nutrientes e a regeneração dos tecidos.
Complicações da aterosclerose
Se ignorada, a aterosclerose pode levar a um amplo espectro de problemas graves. Algumas das complicações mais preocupantes incluem:
- Doença arterial coronariana:
• Angina: Dor no peito que surge durante atividades físicas ou momentos de estresse, causada pela falta de oxigênio no coração.
• Infarto do miocárdio: Uma obstrução completa em uma artéria coronária, levando à morte de parte do músculo cardíaco. - Doença cerebrovascular:
• AVC: O famoso derrame, que pode causar sequelas neurológicas permanentes.
• AIT (ataque isquêmico transitório): Um “mini-AVC” que, embora temporário, é um sinal de alerta importante. - Doença arterial periférica:
• Claudicação intermitente: Dor nas pernas ao caminhar, aliviada com o repouso.
• Gangrena: Em casos extremos, o fluxo sanguíneo tão reduzido pode levar à morte dos tecidos, necessitando amputações. - Outros problemas: Aterosclerose também pode afetar os rins, levando à insuficiência renal, e causar aneurismas, que são dilatações perigosas nas artérias.
Prevenção e tratamento: o que fazer?
Controlar os fatores de risco é a chave para prevenir a aterosclerose. O primeiro passo é adotar hábitos de vida saudáveis, como parar de fumar, manter o colesterol sob controle, tratar hipertensão e diabetes e investir em uma alimentação equilibrada.
Dentre as mudanças de estilo de vida, o exercício físico merece destaque. Caminhadas regulares, por exemplo, ajudam a estimular a circulação colateral – uma espécie de “plano B” do corpo para desviar o sangue em artérias obstruídas. No entanto, é essencial que essas práticas sejam orientadas por profissionais de saúde.
Medicamentos para reduzir o colesterol, como as estatinas, também são frequentemente indicados. Em casos mais graves, procedimentos como angioplastia ou até cirurgias vasculares podem ser necessários para restaurar o fluxo sanguíneo.
Reconhecer os sinais pode salvar vidas
Sintomas como formigamento, cãibras, fadiga nas pernas e alterações na textura da pele não devem ser ignorados. Embora pareçam detalhes sem importância, podem ser os primeiros sinais de aterosclerose.
Por exemplo, o aumento de casos de doenças cardiovasculares observado nos últimos anos reforça a necessidade de atenção a essas condições. Em 2024, o número de mortes por infarto no Brasil continuou alto, segundo dados recentes, muitas delas associadas a diagnósticos tardios de aterosclerose.
Cuidar do corpo, adotar um estilo de vida saudável e estar atento a qualquer sinal estranho é o caminho para evitar que problemas pequenos se transformem em algo maior. Afinal, a saúde não espera – e nem deve ser deixada para depois.