“Será o fim do planeta”: Rússia ameaça deflagrar guerra nuclear

Na última segunda-feira (9), uma declaração pesada vinda do entorno do presidente russo, Vladimir Putin, voltou a acender o alerta vermelho no cenário internacional. Vladimir Medinski, conselheiro direto do Kremlin e também chefe da delegação russa nas negociações de paz com a Ucrânia, afirmou que qualquer tentativa da Ucrânia — com ou sem apoio da OTAN — de recuperar os territórios ocupados por Moscou poderá desencadear uma guerra nuclear. Sim, você leu certo: guerra nuclear.

Segundo Medinski, se não houver um acordo de paz sólido e tudo terminar apenas em uma trégua temporária, a história pode se repetir de forma sombria, como no caso de Nagorno-Karabakh, região que vive anos de conflito entre Armênia e Azerbaijão. “Depois de um tempo, a Ucrânia entra na Otan, tenta retomar os territórios com ajuda dos aliados… aí, meu amigo, é o fim do planeta”, declarou. E olha, vindo de alguém que participa diretamente das negociações, não dá pra ignorar.

Desde que as tropas russas cruzaram a fronteira ucraniana em fevereiro de 2022, o país liderado por Putin já abocanhou cerca de 20% do território ucraniano. E claro, como toda guerra tem seu preço, pra encerrar o conflito, Moscou quer manter essas áreas sob seu controle, além de exigir o fim da expansão da Otan pro leste da Europa e o alívio de algumas sanções econômicas.

Mas o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já deixou claro que não aceita isso de jeito nenhum. Segundo ele, o documento proposto pelos russos nem chega a ser um memorando de entendimento. “É basicamente um ultimato”, disparou. A resistência ucraniana continua firme, mesmo com o país enfrentando escassez de recursos, energia e infraestrutura em pedaços.

E tem mais. A questão nuclear pesa — e muito — nesse conflito. A Rússia, como herdeira oficial do arsenal da antiga União Soviética, é dona do maior estoque de ogivas nucleares do planeta. Segundo a Federação de Cientistas Americanos, Putin tem 5.580 ogivas sob seu comando. Dessas, 4.380 já estão prontas pra uso imediato. As outras estão guardadas, mas não pense que estão esquecidas, não.

Putin, inclusive, carrega consigo a famosa “maleta nuclear” — uma espécie de controle que garante comunicação instantânea entre ele, o alto comando militar e as forças de foguete. Um sistema que, na teoria, poderia colocar o mundo inteiro de joelhos em minutos. Há rumores ainda de que outras duas figuras poderosas do alto escalão russo — o ministro da Defesa, Andrey Belousov, e o chefe do Estado-Maior, Valery Gerasimov — também têm acesso a maletas semelhantes.

Mas nem só de ameaças vive esse conflito. Nesta mesma segunda-feira (olha como é contraditório…), Rússia e Ucrânia fizeram mais uma troca de prisioneiros. Acordo firmado na semana anterior previa a libertação de 1.200 detidos de cada lado, além da repatriação de corpos de soldados mortos no front.

No fim das contas, o que se vê é um impasse cada vez mais complexo. A diplomacia internacional tenta intervir, mas a tensão só cresce. Entre falas inflamadas, movimentações militares e trocas simbólicas de prisioneiros, o que resta é uma pergunta pairando no ar: até onde isso tudo vai?

O mundo torce por paz, mas vive com medo de apertarem o botão errado.