O jornalismo ao vivo sempre reserva momentos inesperados, e os repórteres da Globo que atuam no Rio de Janeiro passaram por situações marcantes recentemente. Desde interrupções por manifestantes até encontros desconfortáveis com baratas, os desafios do trabalho foram evidenciados em transmissões ao vivo que rapidamente repercutiram nas redes sociais.
Protesto interrompe reportagem sobre dengue
Na última segunda-feira (6), o repórter Leandro Oliveira enfrentou uma situação delicada enquanto cobria uma campanha da Prefeitura contra a dengue no bairro da Tijuca, zona norte do Rio. Durante o telejornal RJ1, ele foi interrompido por uma mulher que, aos gritos de “Globo lixo”, tentou impedir a continuidade da reportagem.
A transmissão começou com a apresentadora Mariana Gross contextualizando o problema crescente: “A cidade do Rio fechou 2024 com o maior número de casos de dengue em dez anos. Leandro vem chegando para trazer mais informações sobre a ação da Secretaria de Saúde.”
Quando Leandro iniciou sua participação, a mulher começou a gritar repetidamente. Mantendo a calma, o repórter fez questão de lidar com a situação de forma respeitosa: “A senhora está aqui interrompendo o nosso trabalho, mas vamos continuar levando essas informações importantes para quem está em casa. Só um instante para ela passar, e seguimos normalmente.”
A postura de Leandro foi elogiada nas redes sociais, onde muitos destacaram sua paciência e profissionalismo ao não se deixar abalar pela interrupção. A reportagem, que abordava uma campanha essencial para identificar focos do mosquito transmissor da dengue, continuou sem maiores problemas após a situação ser contornada.
Encontro inesperado com baratas no Bom Dia Rio
Na mesma semana, outro episódio inusitado aconteceu durante o telejornal Bom Dia Rio, quando a repórter Luana Alves foi surpreendida por uma infestação de baratas enquanto cobria um mutirão de limpeza pública em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.
Luana estava no bairro Jardim Metrópole, acompanhando a retirada de lixo acumulado em várias ruas. Segundo moradores, o serviço de coleta estava paralisado há semanas, resultando em pilhas de resíduos espalhadas pela região.
Enquanto explicava a situação, Luana se aproximou de um trator que estava removendo os resíduos, mas foi pega de surpresa. Assim que o lixo foi revirado, uma quantidade impressionante de baratas começou a se espalhar pelas ruas. “Desculpa, eu vou chegar mais para cá porque tem muita [barata]”, disse a repórter, visivelmente desconfortável.
A cena ficou ainda mais curiosa quando uma moradora, que acompanhava a operação, ajudou um funcionário da prefeitura a retirar os insetos que haviam subido em sua perna. Apesar da situação adversa, Luana tentou manter a compostura e seguir com a transmissão ao vivo. “Vocês estão me vendo fugir delas. Olha o que o jornalismo não faz com a gente!”, brincou a repórter, encerrando a participação de forma bem-humorada.
A rotina imprevisível do jornalismo ao vivo
Os episódios envolvendo Leandro e Luana são exemplos claros dos desafios enfrentados por jornalistas que atuam em transmissões ao vivo. Seja lidando com manifestações públicas, seja enfrentando condições adversas no local da cobertura, esses profissionais precisam se adaptar rapidamente para manter a qualidade da informação entregue ao público.
No caso de Leandro Oliveira, sua abordagem tranquila diante do protesto foi considerada exemplar. Já no episódio com Luana Alves, a espontaneidade da repórter ao lidar com a situação desconfortável conquistou o público, que se divertiu com a reação dela nas redes sociais.
Os dois casos também chamam atenção para questões importantes. A dengue, que voltou a ser uma preocupação no Rio de Janeiro, requer ações contínuas de conscientização e prevenção, como a campanha destacada por Leandro. Já a situação de Jardim Metrópole, evidenciada por Luana, escancara problemas estruturais que afetam muitas cidades da região metropolitana do Rio, como a interrupção de serviços essenciais.
Entre baratas e protestos, o compromisso com a informação
A rotina dos jornalistas que atuam em campo é marcada por imprevisibilidade, mas também pelo compromisso em levar a notícia ao público. Apesar das adversidades, tanto Leandro quanto Luana demonstraram profissionalismo e resiliência, reforçando o papel essencial do jornalismo ao vivo na cobertura de questões que impactam diretamente a sociedade.
Esses momentos, ainda que inusitados, mostram como a profissão exige não apenas preparo técnico, mas também jogo de cintura para lidar com os imprevistos que surgem pelo caminho. Afinal, como Luana bem resumiu: “Olha o que o jornalismo não faz com a gente!”