Na noite de quinta-feira (16), um helicóptero caiu em uma área de mata fechada na cidade de Caieiras, localizada na Grande São Paulo. O acidente, que deixou duas vítimas fatais, envolvia uma aeronave com quatro ocupantes. O resgate foi realizado na manhã desta sexta-feira (17), trazendo à tona os detalhes de uma tragédia que comoveu a região.
Detalhes do resgate e sobreviventes
Por volta das 6h15, equipes de resgate localizaram os destroços do helicóptero. No local, encontraram o piloto Edenilson de Oliveira Costa e uma menina de 11 anos, Betina Feldman, que sobreviveram ao impacto. Tragicamente, os pais de Betina, André Feldman e Juliana Elisa Alves Maria Feldman, não resistiram e foram encontrados sem vida nos escombros.
Betina, que completará 12 anos neste sábado (18), desempenhou um papel crucial no resgate. Mesmo ferida e em estado de choque, ela conseguiu indicar às equipes de salvamento onde estavam os destroços do helicóptero e os corpos dos pais. A menina foi encaminhada para atendimento médico, onde recebe cuidados. Seu ato de bravura, apesar da tragédia, foi amplamente reconhecido pelos socorristas.
Sobre a aeronave e o trajeto
A aeronave envolvida no acidente é um helicóptero modelo EC 130 B4, fabricado pela Eurocopter France, com matrícula PR-WVT. Ele pertencia à empresa C & F Administração de Aeronaves LTDA, cujos proprietários são André Feldman, uma das vítimas do acidente, e Paulo José Converso. O voo partiu do Campo de Marte, na zona norte de São Paulo, por volta das 19h30, com destino à cidade de Americana, no interior paulista. Durante o trajeto, houve uma parada no bairro do Jaguaré, na zona oeste da capital.
Na hora da decolagem, as condições climáticas na zona norte de São Paulo eram severas, com chuva intensa e baixa visibilidade. Essas circunstâncias são consideradas um dos possíveis fatores que contribuíram para a queda da aeronave, embora ainda não haja um laudo oficial sobre as causas.
Quem eram as vítimas
André Feldman, de 50 anos, era CEO da BIG Brazil International Games e conhecido no meio empresarial. Sua esposa, Juliana Elisa, de 49 anos, era sua parceira tanto na vida quanto em vários projetos profissionais. O casal e a filha Betina moravam em Americana, a cerca de 130 km de São Paulo. Estavam a bordo do helicóptero retornando para casa após compromissos na capital.
Condições climáticas e investigação
As condições meteorológicas adversas no momento da decolagem levantaram questionamentos sobre a segurança do voo. Chuvas intensas e baixa visibilidade são desafios significativos para a aviação, especialmente em voos noturnos. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) já iniciou os trabalhos para determinar as causas do acidente, que podem incluir falhas técnicas, erros humanos ou mesmo decisões operacionais inadequadas.
Especialistas destacam que, em situações de mau tempo, pilotos enfrentam um cenário de risco elevado, onde qualquer decisão errada pode ser fatal. Por isso, as investigações irão focar tanto no histórico de manutenção do helicóptero quanto no planejamento do voo.
Impacto e lições
A queda do helicóptero deixou não apenas uma tragédia familiar, mas também uma reflexão sobre a importância de seguir rigorosamente os protocolos de segurança na aviação civil. Para a pequena Betina, a sobrevivência em meio a um cenário tão devastador demonstra força e resiliência, mas também marca o início de um longo processo de recuperação emocional.
Enquanto isso, a cidade de Americana e toda a comunidade que conhecia a família Feldman lamentam a perda do casal. O caso também reacende debates sobre os desafios da aviação em condições meteorológicas adversas, especialmente em voos particulares.
Agora, todos aguardam as conclusões das investigações para entender o que, de fato, levou à queda da aeronave. Entre homenagens e manifestações de apoio à jovem sobrevivente, fica a certeza de que tragédias como essa devem servir de alerta para prevenir futuros acidentes.