Uma tragédia abalou a pacata cidade de Mafra, no interior de Santa Catarina, quando Soraia Lia Schmidt, uma menina de apenas quatro anos, foi brutalmente assassinada. A principal suspeita do crime é sua própria irmã, de 22 anos, que teria agido durante um surto psicótico. O episódio violento ocorreu enquanto a criança dormia, deixando a comunidade em estado de choque e trazendo à tona discussões sobre saúde mental e seus impactos.
Contexto e investigação
Conforme relatado pelo delegado responsável pelo caso, Eduardo Borges, a suspeita já estava em acompanhamento psicológico devido a um histórico de distúrbios mentais. Entretanto, detalhes específicos sobre o diagnóstico ou os tratamentos em curso ainda não foram divulgados. Após o ataque, Soraia foi levada às pressas para uma unidade de saúde, mas não resistiu aos ferimentos. Quando a polícia chegou à residência, encontrou a jovem trancada em um cômodo, segurando duas facas — uma cena que reflete a gravidade do estado mental em que se encontrava.
O que é um surto psicótico?
Surto psicótico não é apenas um momento de desequilíbrio emocional; é uma crise severa em que a percepção da realidade fica profundamente alterada. As pessoas que enfrentam essa condição podem manifestar delírios — falsas crenças que parecem totalmente reais para elas —, além de alucinações auditivas ou visuais. Outros sintomas incluem ansiedade extrema, confusão mental e, infelizmente, episódios de agressividade, como o demonstrado no caso de Mafra.
Esse tipo de crise pode ser desencadeado por múltiplos fatores. Experiências traumáticas, transtornos mentais como esquizofrenia, transtorno bipolar e depressão profunda são frequentemente associados a episódios psicóticos. Além disso, o uso de drogas também desempenha um papel crítico: substâncias psicoativas interferem nos neurotransmissores do cérebro, desequilibrando funções cognitivas e emocionais e aumentando significativamente o risco de surtos.
Como agir diante de uma crise
Saber lidar com uma situação de surto psicótico é fundamental para evitar consequências graves. Se uma pessoa em crise apresenta comportamento violento ou ameaça sua própria segurança ou a de outros, o primeiro passo é manter a calma e solicitar ajuda médica imediatamente. Chamar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) ou acionar a polícia pode ser necessário para garantir a segurança.
Contudo, tentar acalmar a pessoa sem usar força ou palavras agressivas também é essencial. Qualquer tentativa de contenção física deve ser deixada para profissionais capacitados, como psiquiatras ou equipes de emergência treinadas, que sabem como agir de maneira segura e eficaz.
Após a estabilização do episódio, o encaminhamento ao psiquiatra é crucial para o diagnóstico preciso e o início de um tratamento adequado. Medicamentos antipsicóticos e terapia comportamental são algumas das abordagens comuns para evitar recorrências e melhorar a qualidade de vida.
Reflexões finais
Este caso trágico traz à tona a urgência de debates mais profundos sobre a saúde mental no Brasil. O estigma que ainda cerca os transtornos mentais muitas vezes impede que pessoas vulneráveis busquem o tratamento necessário. Mais do que nunca, precisamos reforçar a importância da conscientização, do apoio às famílias e do fortalecimento das políticas públicas de saúde mental, para que histórias como a de Soraia não se repitam.