Isabel Veloso, de apenas 18 anos, trava uma batalha difícil contra o linfoma de Hodgkin, um tipo de câncer diagnosticado quando ela tinha 15 anos. Apesar da luta incansável, o cenário é preocupante. A jovem, que ganhou notoriedade como influenciadora digital, não está seguindo o tratamento recomendado pela equipe médica, o que tem agravado sua condição.
A situação se complicou ainda mais quando Isabel precisou pausar o tratamento devido à sua primeira gestação. Para tentar equilibrar as prioridades entre sua saúde e a do bebê, os médicos decidiram antecipar o parto para a 32ª semana. No dia 29 de dezembro do ano passado, nasceu o filho da influenciadora, permitindo que ela voltasse a focar no combate à doença.
No entanto, os planos não saíram como esperado. Isabel precisa de um medicamento chamado nivolumab, mas não tem acesso a ele. Nesta semana, a influenciadora foi obrigada a recorrer à Justiça para solicitar o remédio. “Espero que consiga logo! O câncer não espera”, desabafou ela em suas redes sociais, comovendo seus seguidores e trazendo à tona as dificuldades enfrentadas por pacientes oncológicos no Brasil.
O impacto do atraso no tratamento
O Dr. Fernando Zamprogno, especialista em Oncologia Clínica e cofundador da Oncologia Meridional, falou sobre os desafios de interromper um tratamento oncológico, especialmente em casos como o de Isabel. Em entrevista à CARAS Brasil, ele ressaltou como a pausa no uso de medicamentos pode agravar o quadro clínico.
“Quando o tratamento é interrompido, especialmente devido a uma gestação, há sempre um risco de a doença avançar. No caso de tratamentos oncológicos, como o linfoma de Hodgkin, cada atraso significa que o câncer pode ganhar força. Por isso, é comum antecipar o parto para que a mãe retome o tratamento o mais rápido possível”, explicou o médico.
Ele também detalhou o papel do nivolumab, o medicamento que Isabel precisa para continuar sua luta contra o câncer. “O nivolumab faz parte de uma classe de medicamentos chamada imunoterapia. Ele ajuda o sistema imunológico a identificar e atacar células cancerígenas, o que pode trazer resultados muito eficazes em diversos casos. Essa droga é usada contra linfomas e outros tipos de câncer, como o de pulmão e o gástrico, e pode ser decisiva em situações como a dela.”
Uma luta que vai além da doença
A história de Isabel escancara um problema enfrentado por muitos pacientes com câncer no Brasil: o acesso a tratamentos modernos e eficazes. O nivolumab, embora essencial, não está disponível para todos no sistema público de saúde, o que força pacientes a recorrerem à Justiça ou a campanhas de arrecadação.
O caso de Isabel é ainda mais sensível por envolver uma jovem mãe. A pausa no tratamento para garantir a saúde do bebê foi uma escolha difícil, mas necessária. Agora, ela enfrenta o desafio de lutar por sua própria vida, enquanto cuida do recém-nascido.
Essa situação também acende um alerta sobre a importância de políticas públicas que garantam acesso rápido e eficiente a tratamentos para pacientes oncológicos. O câncer é uma doença que não espera, e atrasos no início ou na continuidade do tratamento podem ter consequências graves.
Esperança e solidariedade
Isabel continua compartilhando sua jornada com seus seguidores, que se mobilizam para apoiá-la. A hashtag #ForçaIsabel tem ganhado força nas redes sociais, com pessoas divulgando o caso e buscando sensibilizar autoridades para acelerar a liberação do medicamento.
Enquanto aguarda uma resposta da Justiça, Isabel segue confiante e determinada. “Minha maior motivação é o meu filho. Quero vê-lo crescer, e vou lutar com todas as forças para isso”, declarou em uma publicação recente.
Essa é uma história que mistura luta, esperança e a urgência de mudanças no sistema de saúde. Que o desfecho de Isabel inspire reflexões e ações para garantir que pacientes oncológicos tenham o cuidado e o suporte que merecem. Afinal, como ela mesma disse, “o câncer não espera”.