Uma tragédia aérea abalou Washington D.C., nos Estados Unidos, após a colisão entre um avião comercial e um helicóptero militar na noite da última quarta-feira (29). Uma das histórias mais comoventes dessa tragédia veio à tona quando Hamaad Raza, marido de uma das vítimas, relatou à WUSA, afiliada da CNN, que recebeu uma mensagem de sua esposa momentos antes do acidente. “Ela disse que o avião pousaria em 20 minutos. Depois disso, nenhuma outra mensagem foi entregue. Foi aí que percebi que algo estava errado”, contou ele, visivelmente abalado.
A esposa de Raza estava entre as 67 pessoas que perderam a vida no acidente, sendo 64 ocupantes do avião — incluindo 60 passageiros e quatro tripulantes — e três militares no helicóptero. Segundo as autoridades, não há sobreviventes. A busca por corpos continua, mas as condições climáticas e o impacto do acidente tornam o trabalho das equipes de resgate desafiador.
O acidente que chocou o mundo
O avião, um modelo da American Airlines, colidiu com o helicóptero por volta das 21h no horário local (23h de Brasília), em uma área próxima ao Aeroporto Nacional Ronald Reagan. Enquanto o helicóptero militar realizava um voo de treinamento com três soldados a bordo, o avião vinha de Wichita, Kansas, e se preparava para pousar em Washington.
De acordo com dados divulgados pela plataforma FlightRadar, um controlador de tráfego aéreo registrou o momento do acidente. As duas aeronaves seguiam em linha reta, mas, em um dado momento, ambas fizeram uma curva para o mesmo lado, resultando na colisão fatal.
John Donnelly, chefe dos Bombeiros de Washington D.C., relatou que mais de 300 socorristas trabalharam durante toda a madrugada em meio a condições adversas, enfrentando ventos fortes, temperaturas baixíssimas e gelo acumulado nas águas do Rio Potomac. “É um esforço difícil e demorado, mas estamos determinados a recuperar todos os corpos”, afirmou Donnelly em coletiva de imprensa.
Vítimas ilustres e números conflitantes
Entre as vítimas estão figuras notáveis do mundo do esporte, como os patinadores artísticos Evgenia Chichkova e Vadim Naumov, campeões mundiais em 1994. O casal estava no avião e se dirigia a Washington para um evento esportivo. Além deles, patinadores dos Estados Unidos e da Rússia também estavam a bordo, o que destaca o impacto internacional da tragédia.
As informações sobre o número de corpos resgatados ainda divergem. Enquanto a estatal britânica BBC relatou que 30 vítimas foram recuperadas, o Corpo de Bombeiros confirmou a remoção de 28, sendo 27 do avião e um do helicóptero. Essas discrepâncias mostram a complexidade da operação, que ainda está em andamento.
Repercussão e medidas futuras
O acidente gerou uma onda de comoção tanto nos Estados Unidos quanto no exterior. Líderes políticos e figuras públicas têm expressado solidariedade às famílias das vítimas. O presidente americano emitiu um comunicado oficial, prometendo que as investigações serão conduzidas de forma transparente e rigorosa.
Especialistas em aviação acreditam que o acidente levanta preocupações sobre o controle do espaço aéreo em áreas movimentadas como Washington D.C. O uso de novas tecnologias para evitar colisões em pleno voo, como sistemas de alerta mais avançados, já vinha sendo discutido nos últimos anos. Com esse acidente, é provável que as discussões ganhem ainda mais força.
Um triste lembrete
Embora o setor de aviação seja considerado um dos mais seguros do mundo, tragédias como essa servem como um alerta de que ainda há muito a ser feito para garantir a segurança de passageiros e tripulantes. O impacto emocional e humano é devastador, como mostra a história de Hamaad Raza, que perdeu a esposa em circunstâncias tão trágicas.
A comunidade global está de luto, mas também unida em busca de respostas. Investigações lideradas pela Administração Federal de Aviação (FAA) e pelo Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB) buscarão esclarecer as causas do acidente e prevenir que desastres semelhantes ocorram no futuro. Até lá, as memórias das vítimas e o esforço das equipes de resgate permanecem como um lembrete da fragilidade da vida e da importância da segurança em todos os aspectos da aviação.