Mãe e filha são arrastadas por ônibus em Mato Grosso; vídeo

Na manhã do último dia 7 de janeiro, um grave acidente por pouco não terminou em tragédia em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá. Uma jovem de 27 anos, que empurrava o carrinho de sua filha de 2 anos, precisou desviar de um buraco na calçada e acabou sendo atingida por um ônibus coletivo. Apesar do impacto, mãe e filha saíram sem ferimentos graves, mas o susto deixou marcas profundas.

O momento do acidente

Imagens de uma câmera de segurança próxima ao local registraram a cena. No vídeo, é possível ver a jovem empurrando o carrinho quando, ao encontrar um buraco na calçada, precisou ir para a rua. Segundos depois, um ônibus coletivo passa e atinge as duas. O carrinho é arrastado, e a criança é jogada para fora, caindo no chão.

A sequência de cenas é chocante, mas, milagrosamente, ambas saíram ilesas. A pequena foi socorrida imediatamente, e a mãe, visivelmente abalada, buscou proteger a filha enquanto tentava entender o que havia acabado de acontecer.

O desabafo do avô

A situação ganhou repercussão dias depois, quando o pai da jovem resolveu denunciar o caso à imprensa. Em entrevista ao portal g1, ele revelou o impacto emocional causado pelo acidente.

“As duas estão muito abaladas. Minha netinha se assusta toda vez que vê um carro. E eu, como pai e avô, fico desesperado só de pensar no que poderia ter acontecido. Toda vez que assisto ao vídeo, me emociono. Poderia ter perdido as duas”, desabafou ele.

O relato evidencia não apenas o trauma vivido pela família, mas também a negligência com a infraestrutura urbana, que forçou a mãe a sair da calçada e se expor ao risco.

A resposta das autoridades

Após a repercussão do caso, a prefeitura de Várzea Grande divulgou uma nota oficial. Segundo o comunicado, uma equipe da Secretaria de Obras foi acionada para avaliar as condições da calçada e tomar as providências necessárias para reparar o buraco que causou o acidente.

Além disso, a empresa responsável pelo ônibus envolvido também se manifestou. Em nota, lamentou o ocorrido e afirmou que o motorista foi encaminhado para aulas de direção defensiva. No entanto, a atitude dividiu opiniões nas redes sociais, com muitos questionando se a empresa estaria apenas tentando amenizar o problema sem realmente solucionar questões mais amplas, como o treinamento adequado dos motoristas e a fiscalização rigorosa das vias.

A precariedade das calçadas em foco

O acidente em Várzea Grande chamou a atenção para um problema recorrente em muitas cidades brasileiras: a precariedade das calçadas e a falta de manutenção das vias públicas. Buracos, desníveis e obstáculos obrigam pedestres a se arriscarem nas ruas, aumentando significativamente o risco de acidentes.

Especialistas em mobilidade urbana destacam que a situação é agravada pela falta de fiscalização e pela ausência de políticas públicas efetivas voltadas à segurança dos pedestres. “Um acidente como esse não é um caso isolado. Reflete um descaso histórico com a infraestrutura urbana, que prioriza veículos em detrimento da segurança de quem caminha”, afirmou o urbanista João Carlos Ribeiro.

O impacto psicológico

Embora tenham saído fisicamente ilesas, o trauma emocional ainda é uma realidade para a jovem mãe e sua filha. O susto e a sensação de insegurança permanecem, como relatado pelo avô da criança. Casos como esse demonstram que o impacto de acidentes urbanos vai muito além dos ferimentos físicos, deixando cicatrizes emocionais que podem levar tempo para desaparecer.

Uma oportunidade para mudanças?

O caso de Várzea Grande é um alerta tanto para a população quanto para as autoridades. Ele reforça a urgência de investimentos em infraestrutura e medidas que priorizem a segurança de pedestres, especialmente crianças e pessoas em situação de maior vulnerabilidade.

Se por um lado a mãe e a filha tiveram a sorte de escapar, por outro, a situação expõe o quanto ainda há para avançar na construção de cidades mais seguras e inclusivas. Enquanto isso não acontece, acidentes como esse continuam sendo uma realidade cotidiana em muitas partes do Brasil.