Lula se compara a Jesus Cristo e provoca Zema em evento

Na última quarta-feira (22), durante um evento em Minas Gerais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma fala polêmica que gerou muitos comentários. Enquanto assinava a concessão da BR-381, ele aproveitou o momento para criticar o governador de Minas, Romeu Zema, e, como de costume, fez uma comparação ousada, dizendo que “talvez só Jesus Cristo” faria o que ele fez pelos estados endividados. A declaração causou um grande alvoroço entre os presentes, e não demorou para as reações começarem.

Essa não é a primeira vez que Lula se compara a Jesus Cristo. O presidente, que já se envolveu em diversas polêmicas ao longo de sua carreira, tem esse tipo de declaração como algo quase rotineiro. Em 2010, ele já tinha dito que seu corpo estava “mais estraçalhado do que o corpo de Jesus Cristo”, numa comparação que, na época, também gerou bastante repercussão. Em 2016, durante os momentos mais intensos das investigações da Lava Jato, Lula chegou a afirmar que, se não fosse por Jesus, ele seria o “mais perseguido do Brasil”. Essas falas são um pouco características do estilo do presidente, que frequentemente se coloca como vítima de perseguições políticas e, de certa forma, faz comparações com figuras religiosas para tentar fortalecer sua imagem.

O fato é que essas falas continuam gerando desconforto em várias partes da sociedade, principalmente quando ele tenta se colocar num nível semelhante ao de uma figura tão reverenciada como Jesus. As reações, geralmente, são divididas. De um lado, os apoiadores de Lula veem essas declarações como uma forma de legitimar suas ações, algo que mostra força e coragem para enfrentar os desafios. Mas do outro lado, há aqueles que acham essas comparações um exagero, uma forma de se vitimizar ou até de se autoengrandecer. Essa atitude acaba alimentando um clima de polarização política que parece não ter fim.

A relação de Lula com figuras políticas, como o próprio Romeu Zema, também tende a se intensificar com esse tipo de comentário. O presidente tem sido conhecido por não poupar críticas a seus opositores, e as comparações religiosas são, sem dúvida, um combustível a mais para esse fogo. Zema, por exemplo, que é do Partido Novo, tem se mostrado crítico de várias ações do governo federal e, com esses ataques indiretos de Lula, a briga política tende a continuar acirrada.

As comparações com Jesus também não são exclusivas de Lula, mas é algo que se repete com ele de maneira mais frequente, o que faz com que o debate sobre seu comportamento e suas declarações ganhe cada vez mais relevância. Algumas pessoas defendem que ele tem o direito de se expressar da maneira que achar melhor, mas é claro que nem todos compartilham dessa visão. A sensação é que o presidente tem uma necessidade de se colocar sempre como uma figura central em qualquer cenário, algo que pode gerar desconforto até mesmo dentro de seu próprio grupo político.

Enfim, o que se pode perceber é que, com esse tipo de fala, Lula continua a reforçar seu estilo de comunicação, que mistura crítica política, comparações religiosas e um toque de vitimismo. Se por um lado isso pode agradar seus seguidores, por outro, só tende a aprofundar as divisões políticas no país. O debate sobre até onde ele pode ir com essas comparações ainda vai longe, e só o tempo dirá qual será o impacto real dessas falas no futuro político do Brasil.