Na última quinta-feira, dia 29, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve em Santa Catarina e fez um discurso que chamou atenção, não só pelo conteúdo político, mas também por um comentário curioso sobre o uso de celular. Durante a cerimônia que marcou a retomada das atividades no Porto de Itajaí, Lula contou por que decidiu não ter um telefone celular — e o motivo é mais simples (e até engraçado) do que parece.
Segundo ele, o aparelho seria uma distração constante, algo que acabaria atrapalhando sua rotina. “Eu, como presidente da República, não tenho celular porque se tivesse, eu vou morrer sem poder comer, só atendendo telefone”, disse, com aquele jeito bem característico dele de falar, meio rindo, meio reclamando. “Sou um cara que me cuido até por prevenção”, completou, arrancando algumas risadas da plateia.
Lula também aproveitou o momento pra dar uma leve puxada de orelha na geração mais nova — que ele apelidou de “geração do dedinho”. Segundo o presidente, muita gente passa o dia todo no celular, deslizando o dedo pra cima e pra baixo, sem parar, sem refletir muito sobre o que tá vendo.
Ele alertou sobre os perigos da desinformação nas redes sociais e destacou a importância de saber filtrar o que é real e o que é fake. “É importante que vocês fiquem atentos, sobretudo vocês que ficam com o dedo no celular o dia inteiro. Obviamente, que é importante a gente ver o telefone, mas tem que conseguir separar o que a gente vê, o que é mentira e o que é verdade”, comentou.
Lula ainda falou sobre a decisão de proibir o uso de celulares nas escolas, dizendo que era inviável manter um ambiente de aprendizagem com os alunos distraídos o tempo todo. “Proibimos o celular nas escolas porque era incompatível uma professora dar aula com o aluno no celular”, afirmou. Ele não deixou de criticar também a forma como a tecnologia tem interferido nos hábitos de convivência e atenção das pessoas.
Apesar do tom descontraído, o discurso trouxe uma mensagem séria sobre o impacto dos celulares na vida das pessoas, especialmente dos jovens. Lula parece estar preocupado com o excesso de tempo que se passa na frente das telas, e com razão — o tema é atual e rende debates no mundo inteiro.
Vale lembrar que, recentemente, outros líderes mundiais também demonstraram preocupação com o uso excessivo de tecnologia e a propagação de notícias falsas pelas redes sociais. Na Europa, por exemplo, já se discute com força a regulamentação de conteúdos nas plataformas digitais. Por aqui, o debate ainda tá meio engatinhando, mas a fala do presidente mostra que o assunto tá no radar do governo.
A visita de Lula ao estado também serviu pra reforçar compromissos com a infraestrutura portuária e com o desenvolvimento da região Sul do país. Mas foi esse papo sobre celular que mais repercutiu nas redes, mostrando que, às vezes, são os detalhes do discurso que pegam o público de surpresa.
Enfim, com ou sem celular, Lula continua sendo aquele político que gosta de misturar o formal com o informal, e que não perde a chance de falar com o povo de maneira direta — ainda que escorregue em umas palavras ou outra no meio do caminho.