O Senado Federal aprovou esta semana a proposta que institui o dia 12 de julho como o Dia Nacional do Funk. Entre os artistas que marcaram história neste gênero, é essencial destacar Kevin O Chris, oriundo de Duque de Caxias, cujos sucessos e recordes têm dominado as paradas musicais. Em uma entrevista à revista Quem, o cantor de 26 anos compartilhou suas conquistas e refletiu sobre as responsabilidades que vêm com a fama.
O criador de sucessos como “Papin”, “Faz um Vuk Vuk” e “Tá OK” revela que sua primeira experiência com o funk ocorreu em 2013, ao ouvir uma música pelo telefone de um amigo. “Ele colocou um funk do DJ Selminho, daqui do Rio. Eu fiquei pensando: ‘como esse cara consegue fazer isso? Como consegue misturar uma música na outra?’ Eu só tocava bateria na igreja”, recorda.
Depois de se familiarizar com o gênero, ele se dedicou e começou a mixar músicas por conta própria: “Eu ia assistindo vídeo-aulas e chamando alguns MCs da minha rua para produzir algo juntos”. E o esforço deu frutos: onze anos depois, Kevin acumula 14 milhões de seguidores no Spotify e fez história ao se tornar o primeiro funkeiro a ultrapassar 1 bilhão de visualizações em seu canal no YouTube.
O artista carioca já colaborou com nomes como os colombianos Maluma e Karol G, além do canadense Drake. Em 2019, Kevin O Chris foi convidado por Post Malone para subir ao palco do Lollapalooza e apresentar diversos de seus sucessos que são hit nos bailes pelo Brasil, como “Vamos Para a Gaiola” e “Ela é Do Tipo”.
Ele compartilha sobre seus encontros internacionais: “Quando o Drake veio para o Brasil, parece que a Anitta deu uma festa para ele e ele ouviu minha música lá. Ele perguntou quem estava cantando e alguém passou meu Instagram para ele. Então ele foi lá e me mandou o número dele. E com o Post Malone foi parecido. Ele me mandou uma mensagem direta no Instagram, dizendo que queria me conhecer. Então, na época, minha equipe negociou para eu cantar com ele no Lollapalooza”.
“Isso foi muito importante, porque minhas músicas eram estouradas na internet mas muita gente ainda não conhecia minha cara. Esse dia foi mágico. Acho que todos esses feats me mostram que eu estou no caminho certo”, celebra. “O funk me salvou. Já vivi muito, fui muito zoeiro. O funk realmente me mudou e me fez focar nos meus objetivos”.
O artista celebrou ter conseguido mudar a realidade de sua família e das pessoas que cresceram com ele. Kevin destacou sua maior conquista desde o início da carreira: “Comprar a casa da minha mãe. No começo, eu guardava cada centavo do meu dinheiro para realizar esse sonho. Acho que hoje não falta mais nada! Graças a Deus.”
Das 50 músicas mais ouvidas do Spotify, 16 delas se enquadram no ritmo carioca. Ele vê uma mudança na mentalidade do público no gênero. “Acho que conseguimos mostrar que o funk é uma realidade que muda a vida das pessoas. Acho que ainda tem preconceito e sempre vai ter, mas as pessoas entenderam que é cultura também, tá ligado?”, aponta.
O artista passou por diversas fases no universo do funk e alcançou o sucesso ao se adaptar. Ele comenta: “Minha formação vem das ruas e isso é fundamental. Acho que hoje em dia muitas pessoas entram nessa carreira sem ter vivido a experiência da rua, tocando em favelas. Isso é muito importante. Por ter essa vivência do passado, sei reconhecer qual música vai funcionar, sei o que faz a galera dançar ou não.”
Sobre ter fãs, ele consideram como uma ‘responsa’ conseguir influenciar pessoas. “É uma responsa que eu gosto. Tem uma parada que eu gosto de fazer que é soltar as músicas novas no meu SoundCloud sem avisar. Quem é meu fã mesmo sabe que eu sempre vazo por lá algumas novidades, hahah. E isso é um termômetro, tá ligado. Quando a música bomba lá, eu sei que vai bombar quando eu lançar nas plataformas digitais”, aponta.