Horas depois do Melhores do Ano, Luciano Huck recebe uma triste notícia na Globo

A edição de 2024 do Melhores do Ano, exibida no Domingão com Huck, voltou a enfrentar dificuldades para prender o público e registrou um dos piores índices de audiência de sua história neste domingo (15). Nem mesmo as novidades da premiação, como a participação de personalidades de emissoras concorrentes e uma homenagem especial a Silvio Santos, foram suficientes para estancar a queda de telespectadores — uma realidade que tem marcado as últimas edições do programa.

Segundo os números consolidados do Ibope na Grande São Paulo, a atração comandada por Luciano Huck fechou a noite com uma média de 14,2 pontos, o que a coloca como a terceira menor audiência do evento desde sua estreia, em 1995. Em um ano onde o entretenimento na TV aberta enfrenta desafios para competir com plataformas de streaming e redes sociais, o resultado serve como um alerta para a Globo.

A presença de Patrícia Abravanel e Daniela Beyruti, representantes do SBT, foi uma tentativa ousada de atrair um público mais diverso e até gerar burburinho nas redes sociais. E, de fato, o assunto movimentou as timelines do X (antigo Twitter) e outras plataformas, com elogios ao gesto de união entre emissoras. No entanto, apesar do “hype” momentâneo, a estratégia não se traduziu em números expressivos na audiência.

Uma queda que já vem de longe

Não é de hoje que o Melhores do Ano luta para se reinventar. O ponto mais baixo veio em 2021, quando a média de audiência despencou para 13,9 pontos — justamente no primeiro ano de Luciano Huck à frente do Domingão, substituindo o eterno Faustão. A comparação com os tempos áureos da premiação é inevitável: na época de Fausto Silva, a atração costumava alcançar facilmente índices de 20 ou até 30 pontos, dominando as noites de domingo.

Em 2023, houve uma leve melhora, com 14 pontos de média, mas o número ainda ficou longe do que a emissora esperava. Agora, em 2024, com 14,2 pontos, o programa mostra que, embora tenha havido um leve respiro, a tendência de queda permanece.

O que aconteceu? A resposta, como sempre, é multifatorial. Uma das questões mais discutidas é o desgaste natural da premiação. O formato, que por anos serviu como um encontro entre os maiores nomes da Globo e seus fãs, perdeu o brilho em uma era de consumo on-demand. Hoje, é difícil convencer o público a passar horas em frente à televisão assistindo algo que podem resumir em clipes curtos no Instagram ou no TikTok no dia seguinte.

Além disso, a cerimônia muitas vezes é criticada por parecer uma “festa da firma”, com pouca diversidade de vencedores e uma previsibilidade que acaba afastando o interesse dos telespectadores. A tentativa de romper essa barreira ao convidar figuras de outras emissoras foi inteligente, mas ainda tímida para reverter um cenário tão complexo.

O desafio de reconquistar o público

Com a concorrência acirrada do streaming e o crescimento de eventos mais segmentados, o Melhores do Ano está em uma encruzilhada. Luciano Huck, apesar de seu carisma e experiência, ainda não conseguiu transformar o programa em um sucesso sob sua gestão. A boa notícia é que, com as críticas e os números na mesa, há tempo para ajustes.

Será que vale apostar em um formato mais dinâmico, com menos tempo de duração? Ou quem sabe ampliar a participação de figuras fora do eixo tradicional de celebridades globais? Outra alternativa seria investir mais em interatividade com o público em tempo real, algo que programas como Big Brother Brasil já exploram com sucesso.

Uma coisa é certa: a fórmula antiga não funciona mais. O público mudou, o consumo de entretenimento também. E, para sobreviver, a premiação precisará evoluir.

Por enquanto, a edição de 2024 deixa uma lição clara: prestígio e tradição não garantem mais audiência. Se a Globo quiser que o Melhores do Ano recupere seu lugar de destaque, precisará ousar mais e ouvir atentamente o que o público de hoje realmente quer assistir.