Sintomas como febre, fadiga, tosse e dores no corpo geralmente são associados a um simples resfriado, algo que passa em poucos dias e raramente preocupa. Porém, para Simon English, um aposentado britânico de 60 anos, esses sinais iniciais esconderam uma infecção grave e potencialmente fatal.
Uma febre que quase custou a vida
Tudo começou em março deste ano, em Beverley, uma cidade no condado de Yorkshire, na Inglaterra. Simon, um bombeiro aposentado, começou a sentir sintomas típicos de um resfriado. Como sua esposa trabalha em uma escola, ele não estranhou o quadro inicial, já que resfriados são comuns nesse ambiente. Contudo, em poucas horas, sua condição piorou drasticamente.
No dia seguinte, preocupado com o agravamento dos sintomas, Simon decidiu ir ao hospital. Lá, ele recebeu um diagnóstico assustador: estava com fasceíte necrosante, também conhecida como “bactéria devoradora de carne”.
“Minha enfermeira me disse que, se eu tivesse esperado mais um dia para procurar ajuda, não estaria aqui agora”, contou Simon ao The Daily Mail.
Três meses na UTI e cirurgias arriscadas
A fasceíte necrosante é uma infecção bacteriana rara, mas extremamente perigosa. Ela pode ser causada por diferentes patógenos, como o Staphylococcus aureus, e ataca os tecidos do corpo de forma rápida e agressiva. Nos casos mais graves, a infecção pode atingir o sangue, os músculos ou até os pulmões, causando falência de órgãos.
Simon passou três meses internado, sendo grande parte desse período na UTI. Ele relembra que as duas primeiras semanas foram confusas. Devido à gravidade da infecção, precisou ser sedado e recebeu grandes doses de morfina, o que apagou parte de suas memórias desse período.
Durante o tratamento, ele foi submetido a três cirurgias. Parte de sua nádega esquerda precisou ser removida para conter a propagação da infecção, e ele passou por um procedimento de colostomia, que redireciona o intestino para uma abertura no abdômen, permitindo que o organismo se recupere enquanto a ferida cicatriza.
Taxa de mortalidade alta
Simon se considera um sobrevivente. A fasceíte necrosante tem uma taxa de mortalidade elevada, com cerca de um em cada cinco pacientes não resistindo à infecção. “Fora minha estomia, estou completamente recuperado. Minha ferida cicatrizou totalmente, embora tenha ficado com uma aparência diferente por causa do enxerto de pele”, disse.
Liberado em junho, Simon agora aguarda por uma cirurgia para desfazer a colostomia e voltar à rotina. Apesar dos desafios, ele está grato por ter superado a infecção e por ter recebido atendimento médico a tempo.
O que é fasceíte necrosante?
A fasceíte necrosante é uma infecção bacteriana rara, mas extremamente grave. Ela pode ser causada por diferentes bactérias, sendo o Streptococcus pyogenes e o Staphylococcus aureus os patógenos mais comuns. A doença começa geralmente com sintomas leves, como febre e dor localizada, mas avança rapidamente, destruindo tecidos moles e levando à falência de órgãos se não tratada imediatamente.
O tratamento envolve o uso intensivo de antibióticos e, em casos severos, cirurgias de remoção de tecidos infectados. Algumas vezes, pode ser necessária a amputação de membros para evitar a disseminação da infecção.
Um alerta para todos
A história de Simon serve como um alerta para não ignorarmos sintomas que parecem banais, como febre ou fadiga, especialmente quando eles pioram rapidamente. Embora resfriados sejam comuns, a possibilidade de uma infecção mais séria, como a fasceíte necrosante, embora rara, deve ser considerada.
Em um contexto global onde as infecções bacterianas vêm ganhando destaque — especialmente com a crescente preocupação sobre resistência a antibióticos —, histórias como a de Simon mostram a importância de buscar ajuda médica rapidamente diante de sintomas que fogem do padrão.
Hoje, Simon English pode respirar aliviado e retomar sua vida, mas o susto e os meses de recuperação serão lembranças permanentes de como uma ida ao hospital no momento certo pode salvar vidas.