Empresária que ajudou a salvar filhos em acidente aéreo sai da UTI

A empresária Mireylle Fries, de 41 anos, uma das quatro sobreviventes do acidente aéreo que aconteceu no dia 9 de janeiro, em Ubatuba, litoral norte de São Paulo, teve alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A informação foi confirmada nesta semana pelo portal Metrópoles. Mireylle estava internada no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, com um quadro de saúde grave, mas agora segue em tratamento semi-intensivo, onde continua sendo monitorada.

A força da empresária no resgate

O acidente foi marcado por cenas de heroísmo e desespero. Segundo relatos, um dos homens que ajudaram no resgate destacou o papel fundamental de Mireylle na retirada de sua família da aeronave. Mesmo debilitada e entre episódios de desmaio, ela conseguiu alertá-lo sobre a presença de seu marido, Bruno Almeida Souza, de 45 anos, e de seus dois filhos, de 6 e 4 anos, dentro do avião. “Foi graças à força dela que conseguimos localizar as crianças”, afirmou o socorrista.

Além de Mireylle, todos os outros ocupantes da aeronave também sobreviveram e permanecem internados. A família Fries está recebendo atendimento médico, mas devido à gravidade do acidente, ainda não foi possível colher os depoimentos do casal ou das crianças. A polícia aguarda a recuperação dos envolvidos para dar sequência às investigações sobre o que aconteceu naquele dia.

O acidente que chocou Ubatuba

O trágico episódio ocorreu na manhã do dia 9 de janeiro, quando um avião de pequeno porte, pertencente à família Fries, tentou pousar no aeroporto de Ubatuba. A aeronave ultrapassou a pista e explodiu na areia da praia do Cruzeiro. As condições climáticas no momento eram desfavoráveis, com forte neblina e visibilidade reduzida, o que pode ter contribuído para o acidente.

Cinco pessoas estavam a bordo: Mireylle, Bruno, seus dois filhos e o piloto Paulo Seghetto, de 55 anos. Infelizmente, Seghetto não sobreviveu. Ele chegou a ser retirado das ferragens com vida e foi reanimado no local, mas não resistiu aos ferimentos. Além disso, três pedestres que estavam na praia no momento do acidente também se feriram, mas sem gravidade.

Investigação em andamento

A aeronave acidentada partiu do Aeroporto Municipal de Mineiros, em Goiás, e tinha como destino o litoral paulista. Segundo o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), o avião pertencia ao produtor rural Nelvo Fries, pai de Bruno e sogro de Mireylle. O Ministério Público de São Paulo (MPSP) e o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) estão conduzindo uma apuração detalhada para esclarecer as causas do acidente.

Entre os fatores que serão investigados estão as condições do tempo, o treinamento do piloto e possíveis falhas mecânicas na aeronave. O histórico do piloto Paulo Seghetto também é relevante: ele já havia atuado como copiloto na VoePass (antiga Passaredo), uma companhia aérea envolvida em uma das maiores tragédias aéreas da história do Brasil.

Uma tragédia que ainda abala

O acidente em Ubatuba gerou comoção na região e entre os familiares das vítimas. A sobrevivência de Mireylle, Bruno e das crianças é considerada um milagre, mas o episódio deixou marcas profundas. Nas redes sociais, amigos e conhecidos da família expressaram solidariedade e pediram orações pela recuperação de todos.

Enquanto isso, a tragédia trouxe à tona debates sobre segurança em pequenos aeroportos e as condições de manutenção de aeronaves de pequeno porte. Especialistas alertam que a combinação de clima ruim, falta de estrutura e a pressão de cumprir trajetos pode aumentar os riscos de acidentes como esse.

O futuro da família Fries

Com a alta de Mireylle da UTI, há esperança de que, aos poucos, a família Fries possa se reestabelecer. No entanto, o caminho até a recuperação completa ainda será longo, tanto física quanto emocionalmente. Para a comunidade de Ubatuba e para aqueles que acompanharam o caso, o acidente ficará marcado como um lembrete da fragilidade da vida e da força necessária para enfrentá-la nos momentos mais difíceis.