Durante um programa recente, a Tatá Werneck levantou uma questão bem interessante: “será que a Globo é etarista com os artistas?” Ou seja, ela queria saber se a emissora realmente dá oportunidades para os mais velhos atuarem nas novelas.
Quando o ator Marcos Caruso foi questionado sobre isso, ele fez uma reflexão bem profunda. Ele afirmou que o problema não tá só na Globo, e a Eliane Giardini, que estava junto, concordou com ele. “Mas que Globo é essa hoje? A Globo não é só uma empresa, mas sim um conjunto de autores e produções que têm um problema sério com a idade”, comentou a atriz, levantando uma questão importante sobre como a idade influencia as oportunidades na TV.
Caruso ainda desabafou que, às vezes, ele sente que não tem mais papéis para ele. Ele explicou que à medida que a idade dos protagonistas vai diminuindo, as mães e avós desses personagens também acabam ficando mais jovens. “Olha, eu nem para fazer de bisavô eu sirvo mais!”, brincou ele, mas dá pra ver que tem um fundo de verdade nisso. É uma realidade que muitos atores mais velhos estão enfrentando, e a frustração é bem clara.
Na sequência, os dois começaram a falar sobre como é importante ter veteranos nas tramas. A Eliane disse que isso é um verdadeiro absurdo. “A gente, como atores veteranos, tem uma experiência que não pode ser jogada fora. Nós seguramos a onda nas produções, temos muito a oferecer”, disse ela com um tom de indignação. E faz sentido, né? O público quer ver rostos familiares, aqueles que cresceram assistindo a essas pessoas na telinha. Tirar essas figuras do ar pode acabar afastando os fãs, e isso não é legal.
Marcos complementou o pensamento dela, destacando que quando tiram do ar esses artistas que já são conhecidos, isso pode fazer com que o público se desinteresse. “É uma forma de desfidelizar, sabe? E isso não é bom pra ninguém”, finalizou. E é verdade, porque o público gosta de ver os mesmos rostos, sentir uma conexão com as histórias.
A conversa deles trouxe à tona um assunto que é bem relevante não só na televisão, mas em várias áreas: a questão da idade e a valorização dos mais velhos. Hoje em dia, parece que a sociedade tem uma tendência de valorizar o novo em detrimento do que já é estabelecido, e isso pode ser um erro.
A gente vê muitos exemplos por aí, não só na TV, mas também em outras indústrias. É comum ouvir sobre como as empresas estão sempre em busca de inovação e pessoas mais jovens, mas será que estamos esquecendo do valor da experiência? A sabedoria que vem com a idade é algo que não pode ser subestimado.
Além disso, tem um lado emocional nisso tudo. Os veteranos têm histórias, bagagens e vivências que trazem profundidade para as narrativas. Ao não incluí-los, a TV acaba se privando de tramas mais ricas e diversificadas. Isso sem contar que o público pode se sentir desconectado se não vê personagens com os quais se identifica, não é mesmo?
No final das contas, é uma questão que precisa ser debatida com mais seriedade. O lugar dos atores mais velhos deve ser respeitado e valorizado. Afinal, todos têm seu espaço e sua história pra contar, e isso só enriquece a cultura e a arte. Por isso, fica aqui a reflexão: que tal dar mais oportunidades para quem já construiu tanto na carreira? A diversidade de idades nas produções pode ser a chave para histórias mais interessantes e impactantes.