Dormir junto ou em camas separadas? O que dizem os estudos

Nos últimos tempos, umas pesquisas sobre sono animal deram um insight curioso: o jeito que cada bicho dorme parece ser bem influenciado pelo grupo ao redor. Tipo, babuínos, quando estão em grupos grandes, acabam dormindo menos. Já os camundongos, por exemplo, conseguem sincronizar o sono REM, aquele dos sonhos e movimentos rápidos dos olhos, quando estão juntos. Parece meio louco, mas faz sentido, né?

Agora, olhando pra gente, humanos, nas sociedades ocidentais, o comum é dormir sozinho ou com um parceiro. Mas não é regra, claro. Em várias culturas e situações, as pessoas acabam dividindo a cama com parentes ou até com os filhos, ainda mais em países onde o compartilhamento de cama com bebês é quase padrão. Na Ásia, África e partes da América do Sul, cerca de 60% a 100% das famílias dormem junto com os bebês. E a prática é cheia de controvérsia! Enquanto uns dizem que dormir separado ajuda o bebê a aprender a se acalmar sozinho, outros, principalmente os cientistas evolucionistas, acreditam que dividir a cama é essencial, por segurança e até pra manter o bebê quentinho.

E aí vem o debate: bebês ficam mais calmos quando dormem acompanhados? Em várias culturas, não se espera que o bebê “se vire sozinho” se acorda de madrugada – o despertar noturno é visto como normal, uma parte da amamentação e do desenvolvimento natural.

Só que, quando o assunto é segurança, muitos médicos ocidentais levantam a questão da Síndrome da Morte Súbita Infantil (SIDS), que ainda é um medo real. Mas, curiosamente, alguns estudos sugerem que o risco não é maior entre os bebês que dividem a cama, desde que se tomem certos cuidados – tipo um colchão firme e nada de travesseiros e edredons no meio.

Agências como a Academia Americana de Pediatria e o sistema de saúde britânico recomendam que bebês durmam perto dos pais, mas em uma superfície separada, como um berço, pra evitar qualquer risco. Mas, mesmo assim, muita gente ainda prefere o famoso “co-leito” – cada família acaba decidindo do jeito que acha melhor.

Aliás, isso não é só papo de bebê. Em algumas culturas, dividir a cama continua depois da infância. Uma pesquisa lá de 2010 no Reino Unido mostrou que cerca de 6% das crianças dormem com os pais até os quatro anos. E isso varia bastante ao redor do mundo. Na Suécia, por exemplo, é bem comum as crianças dormirem com os pais até a idade escolar. Nos EUA, um estudo de 2021 revelou que mais de 36% das crianças de 3 a 5 anos ainda dormem com alguém – seja os pais, os irmãos, ou até com pets!

Curiosamente, parece que crianças que dividem a cama acabam dormindo um pouco menos, talvez porque vão dormir mais tarde. E em algumas crianças com necessidades especiais, como autismo ou outras condições, dividir a cama pode até ajudar a acalmar a ansiedade e promover um sono mais tranquilo.

E nos adultos? De acordo com uma pesquisa de 2018 da US National Sleep Foundation, entre 80% a 89% dos adultos que vivem com parceiros dormem juntos. Parece que, pra muita gente, dividir a cama aumenta o senso de proximidade. Algumas pesquisas mostram que casais que dormem juntos chegam a sincronizar o sono, o que fortalece a sensação de intimidade. Só que nem tudo é perfeito – estudos indicam que, em casais heterossexuais, mulheres podem sofrer mais com interrupções do sono, já que podem ser mais sensíveis aos movimentos dos parceiros.

A gente não sabe tudo sobre os efeitos de dividir a cama no sono, tanto em crianças quanto em adultos. Mas o que dá pra perceber é que, na real, cada cultura e cada família tem seu próprio jeito. Talvez o sono compartilhado traga uma sensação de segurança e conforto, o que acaba afetando até a saúde emocional. Então, se dormir junto é ou não a melhor opção, isso vai depender do que faz cada um se sentir melhor.