As autoridades sul-coreanas estão enfrentando um dos maiores desafios das últimas décadas: entender o que levou ao trágico acidente aéreo ocorrido no último domingo (29), que resultou na morte de pelo menos 177 pessoas. Enquanto as investigações avançam, especula-se que colisões com pássaros, problemas técnicos ou até mesmo as condições climáticas possam ter contribuído para o desastre. O Ministério dos Transportes confirmou que recebeu um alerta de risco de colisão com pássaros, mas ressaltou que ainda é cedo para apontar a causa definitiva.
O acidente aconteceu no Aeroporto Internacional de Muan, localizado no sudoeste do país. O avião, pertencente à companhia Jeju Air, aterrissou de barriga e acabou saindo da pista, colidindo com uma parede e explodindo em seguida. O impacto foi devastador e resultou no pior desastre aéreo da Coreia do Sul em décadas.
Um momento de horror no aeroporto
De acordo com relatos locais, o acidente ocorreu pouco após as 9h da manhã, no horário sul-coreano. “O som foi como um trovão, seguido de fumaça preta subindo rapidamente”, descreveu um trabalhador do aeroporto em entrevista a uma emissora local. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que a aeronave perde o controle ao tocar o solo, deixando um rastro de destruição.
Dos 181 ocupantes do voo, apenas quatro sobreviveram: dois tripulantes e dois passageiros. No entanto, outros dois ocupantes ainda estão desaparecidos, e equipes de resgate continuam as buscas, desafiadas por condições difíceis no local do acidente. Entre as vítimas estavam dois cidadãos tailandeses, enquanto os demais eram sul-coreanos.
Impacto nacional e investigações em andamento
O país inteiro está em luto. O acidente traz à tona lembranças de desastres aéreos anteriores, como o caso do voo Asiana Airlines 214, em 2013, em São Francisco. Embora aquele tenha causado menos vítimas fatais, ele levantou debates sobre segurança na aviação. Desta vez, porém, a tragédia é muito maior e levanta questões urgentes sobre o setor aéreo sul-coreano.
Especialistas já começaram a analisar a caixa preta do avião, que foi recuperada horas após o acidente. O equipamento deverá ajudar a esclarecer o que aconteceu nos momentos finais do voo. Paralelamente, uma comissão foi formada para revisar as práticas de manutenção da Jeju Air e a qualidade das inspeções de segurança realizadas no Aeroporto de Muan.
Colisão com pássaros: um fator possível?
O risco de colisão com pássaros, também conhecido como “bird strike”, é uma preocupação constante na aviação. Segundo dados da Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO), esses incidentes são mais frequentes em áreas próximas a zonas úmidas ou campos abertos – características que se aplicam à região onde está localizado o Aeroporto de Muan.
Se confirmado que o acidente foi causado por pássaros, isso poderá reacender discussões sobre a necessidade de melhorar os sistemas de radar e controle aéreo para evitar esse tipo de situação. No entanto, especialistas alertam que fatores técnicos e humanos também podem ter contribuído para a tragédia, especialmente considerando que a aeronave explodiu ao colidir com uma parede após sair da pista.
Uma nação em busca de respostas
Enquanto as investigações continuam, famílias das vítimas aguardam ansiosamente por notícias. O governo sul-coreano prometeu apoio financeiro e psicológico às famílias, além de uma revisão rigorosa das políticas de segurança aérea.
O acidente de Muan é um lembrete doloroso dos riscos associados à aviação, mesmo em países com infraestrutura avançada. Para a Coreia do Sul, o desafio agora é garantir que tragédias como essa não se repitam, enquanto o país tenta se recuperar de uma perda irreparável.