Asteroide gigante tem ‘grande’ chance de colidir com a Terra em 2032

Um asteroide conhecido como 2024 YR4 tem chamado a atenção da comunidade científica e despertado preocupações globais. Com um diâmetro estimado em 100 metros — algo próximo ao tamanho da roda gigante na Zona Portuária do Rio de Janeiro —, ele viaja pelo espaço a uma impressionante velocidade de 61 mil km/h. E, segundo especialistas, existe uma chance de colisão com a Terra em dezembro de 2032, o que poderia causar um impacto devastador.

O que sabemos até agora?

A descoberta do 2024 YR4 aconteceu no dia 25 de dezembro de 2024, por meio de um observatório localizado no Chile. Esse observatório faz parte de uma rede global especializada em identificar objetos espaciais que possam representar riscos ao planeta. A rocha foi rapidamente colocada no topo da “lista de risco de asteroides” da Agência Espacial Europeia (ESA).

Com uma chance de colisão de 1,2%, esse é o asteroide com a maior taxa de impacto já registrada pela agência. Para colocar em perspectiva, o segundo asteroide mais ameaçador atualmente tem uma probabilidade de impacto de 0,68%. Embora 1,2% possa parecer uma probabilidade baixa, é o suficiente para preocupar cientistas, especialmente considerando o tamanho e a velocidade do objeto.

De acordo com a Escala de Risco de Impacto de Torino, que vai de 0 a 10, o 2024 YR4 foi classificado no nível 3. Isso significa que há uma ameaça que requer acompanhamento constante, embora ainda esteja longe do nível 10, que representa extinção planetária.

O que aconteceria em caso de colisão?

Se o asteroide realmente colidisse com a Terra, o impacto seria catastrófico, mesmo não sendo de proporções apocalípticas como o que extinguiu os dinossauros há 66 milhões de anos. Para se ter uma ideia, uma rocha espacial desse tamanho pode liberar energia equivalente a várias bombas nucleares, dependendo da velocidade e do ângulo de impacto. Isso seria suficiente para causar destruição em massa em uma região, além de possíveis alterações climáticas temporárias.

Embora ainda seja impossível prever o local exato onde o asteroide poderia atingir, cientistas estão utilizando telescópios em todo o mundo para monitorar sua trajetória. Essa vigilância é crucial para refinar os cálculos e avaliar a real probabilidade de impacto.

O que pode ser feito?

Felizmente, a humanidade não está de mãos atadas diante dessa ameaça. Desde 2022, com o sucesso da missão DART da NASA, sabemos que é possível alterar a trajetória de um asteroide. Na ocasião, uma nave espacial foi lançada contra o asteroide Dimorphos, desviando-o de seu curso original.

Inspirados por essa conquista, cientistas estão avaliando a possibilidade de usar uma técnica semelhante com o 2024 YR4. A ideia seria lançar uma nave de “sacrifício” contra o asteroide, utilizando o impacto para empurrá-lo para uma trajetória segura, longe da Terra.

Outro passo importante é a criação de modelos de simulação para entender as consequências de uma colisão e identificar possíveis estratégias de defesa. Um grupo consultivo internacional já está reunido, discutindo diferentes abordagens para lidar com a ameaça.

A importância de acompanhar o caso

Asteroides como o 2024 YR4 são lembretes de que, apesar de todos os avanços tecnológicos, a humanidade ainda está vulnerável aos caprichos do cosmos. É por isso que programas de monitoramento espacial, como os realizados pela ESA e pela NASA, são tão importantes.

Embora a ameaça deste asteroide específico ainda esteja em avaliação, o caso serve para reforçar a necessidade de investimentos contínuos em ciência e tecnologia espacial. Afinal, quanto mais preparados estivermos, maiores as chances de evitar tragédias.

Nos próximos anos, a vigilância sobre o 2024 YR4 será intensificada. Novas observações e cálculos permitirão determinar com maior precisão o risco que ele representa. Até lá, resta à humanidade torcer para que a ciência encontre soluções eficazes e que este asteroide, como tantos outros, passe por nós sem deixar rastros.

Enquanto isso, o tema já começou a ganhar espaço na mídia e entre o público, trazendo reflexões sobre a fragilidade do planeta e a importância de pensarmos em defesa planetária. Afinal, quem diria que, em pleno século XXI, uma rocha espacial poderia nos lembrar que ainda somos, de certa forma, pequenos diante do universo?